Reflexão Ideológica

11 fevereiro 2021

POLÍTICA, POLÍTICOS E PANDEMIA

 

POLÍTICA, POLÍTICOS E PANDEMIA

Aluizio Vidal, pastor presbiteriano e psicólogo clínico

                Talvez a nossa geração nunca tenha se sentido tão fragilizada como nesse tempo da história, e, talvez, não tenhamos muita certeza sobre o que realmente deve ser feito nesse tempo, tanto que, só nesse parágrafo escrevo a palavra “talvez” pela terceira vez. Mas há um grupo entre nós que aparenta certa normalidade, como se assim estivéssemos: os políticos.

                Primeiro,  porque a maioria deles desaparece. Penso que nas grandes crises os líderes precisam estar mais presentes, hoje em dia pelas mídias, mas presentes: perguntando, ouvindo, falando, cobrando, explicando. Cadê eles? Os senadores e deputados federais devem estar certos de que o governo federal só acerta na administração da situação pandêmica em que estamos. Tudo bem, se é isso que eles acham, mas então, que venham a público e mostrem que isso está acontecendo. Os da oposição, se é que ainda existem, parece que perderam a capacidade da denúncia e nada é dito.  O mesmo vale para deputados estaduais e vereadores quanto às suas respectivas responsabilidades.

                Segundo, porque eles aparecem em assuntos distantes à realidade, ainda que próximos à necessidade. Claro que entendemos a importância da eleição das mesas diretoras das Casas Legislativas e tudo que isso significa para o dia a dia, por exemplo,  contudo, quando a energia é focada no que sempre foi e a realidade cotidiana do povo é renegada a outro plano que não o primeiro, a sensação é de que realmente isso não tem nenhuma importância para eles.

                Terceiro, porque as próximas eleições parece-lhes mais urgente do que o caos a que estamos submetidos. O prefeito da capital será candidato a governador? Por isso passará a visitar outros municípios com o nosso em tamanho sofrimento? O senador também será candidato? Por isso virá mais ao Estado, aparecerá mais na mídia e até participará dos eventos menores, principalmente da capital, já que todos “amam” tanto nossa capital? O presidente concordará ou não com algo dependendo se tem participação do governador “x” ou “y” e não se será bom para o povo? Enfim, as eleições ganharão prioridade de nossos políticos.

                A terra está em pandemia e a maioria dos nossos políticos parece ter ido para uma base espacial fora dela.

                Creio que é tempo das verdadeiras lideranças serem observadas. Estamos angustiados com nossos parentes e amigos morrendo, nossos profissionais de saúde sobrecarregados, nosso comércio sufocado e cobrado, nossas crianças castigadas com um sistema de ensino impraticável e precisamos, como a muito não precisávamos, que nossos representantes se aproximem do povo para ouvi-lo e vê-lo em sua agonia, retransmitam essa realidade, fiscalize e cobre as ações do Executivo e tragam notícias do que está sendo feito em nosso favor.

(@aluizio.vidal e www.facebook.com/vidalemrede)

07 janeiro 2019

ESTRANHEZA NA DEMOCRACIA



 Aluízio Vidal

                A jovem democracia quebra seu recorde da quantidade de presidentes eleitos e empossados, mas nosso povo ainda capenga nas estranhezas de se conviver com as diferenças e com os direitos dos outros, basta acompanharmos um pouquinho as redes sociais.

                Algumas verdades precisarão ser reafirmadas todos os dias para que continuemos nosso processo de amadurecimento democrático. Os resultados das eleições precisam ser respeitados, oposição precisa existir, inclusive para o bem dos eleitos, governos acertam e erram, não existem messias que resolvam todos os problemas... enfim... essas características tão simples são naturais na democracia e precisamos conviver com elas.

                Nesse tempo de transição de modelos precisamos aceitar que alguém ganhou e alguém perdeu. Fora disso, o que temos são pontos de vistas (portanto, vistas de um ponto), e precisamos respeitar o que o outro diz, pois é dito de onde está posicionado ideologicamente. Porém, é extremamente saudável para o viver democrático que se respeite a vontade da maioria, mesmo quando não se concorda com ela.

                Quem ganhou a eleição precisa compreender, porém, que haverá oposição, de melhor ou pior qualidade, mas haverá. É preciso que se discorde do governo, até porque, mesmo as melhores decisões administrativas num ponto de vista, serão vistas como horríveis em outro ponto de vista. É assim que funciona e não deve mudar, portanto, que se acostumem com críticas, pois quem não se acostuma alimenta ditadura e esta nunca é boa, venha de onde vier, seja qual for o seu viés.

                Ninguém pode imaginar que só existem coisas boas no meu espectro ideológico. Oposição que valoriza só o que é produzido em seu campo é tão antidemocrática como Situação que imagina que tudo que será feito em seu governo será bom. Governos acertam e erram e, invariavelmente, desagradam inclusive quem neles votou, ou porque acertaram ou porque erraram em suas decisões.

                Criar expectativas messiânicas para os novos executivos é coisa de gente imatura e são os primeiros que se decepcionam, pois esperam e cobrarão coisas que os governos não terão como resolver totalmente, pois são problemas encruados na história e cultura de nossa gente, outros não serão resolvidos porque eles estão comprometidos com quem os elegeu e/ou os sustentam politicamente, outros por pura incompetência e por aí vai.

                Criticar governos e defender governos faz parte da democracia, porém, com extremo respeito. Criticar e torcer pelo pior é irresponsabilidade social. Defender acriticamente é fazer o que tanto criticou quando não se era governo. Portanto, radicalizemos na democracia e aprendamos conviver com as diferenças, diminuindo as estranhezas, pois a democracia tem eleições, mas não vive em eleições. É hora de trabalharmos, torcermos pelos novos governantes, defendermos o que acreditamos ser justo e criticarmos o que acreditamos ser injusto.

               

27 janeiro 2015

PORTO VELHO AOS 100 ANOS

Nas tantas datas que envolvem a formação de nosso Estado e de nossa Capital estamos a comemorar 100 anos dessa cidade tão querida, tão acolhedora e tão cheia de possibilidades, mas também tão explorada, maltratada e esquecida. Definitivamente temos de mudar nosso olhar sobre nós mesmos. Aqui não é mais cidade dos distantes nem dos aventureiros que aqui vieram para explorar durante um tempo e voltar para seus Estados. Aqui é a nossa cidade, onde nossos filhos nasceram, estudam (portanto, já não precisam mais ir para outras capitais), onde produzimos renda para manutenção de nossas famílias e onde temos espaço para investimentos futuros. Porto Velho caminha para se tornar um centro de muitíssima importância na reconfiguração que a economia nacional fará, seja por conta da abertura para o Pacífico, seja pelo colapso das fontes naturais nas metrópoles do sudeste ou seja por outros motivos, mas precisa urgentemente fazer o mínimo que se exige de uma Capital. O governo do Estado tem compromisso e responsabilidade assumida com Porto Velho, e, obviamente, esperamos no mínimo os 200 km de asfalto e as obras de saneamento que até agora não se teve a competência de fazê-lo. A motivação pode ser salvar a administração municipal atual e pavimentar candidaturas futuras, desfazer ou esconder más imagens construídas, não importa. O que importa é que precisamos mudar a “cara” de nossa cidade. Nunca numa campanha se falou tanto daqui como nessa de 2014. A grande maioria dos candidatos amava Porto Velho, também morava aqui e iria lutar por ela. Essas palavras estão gravadas e serão cobradas. Esperamos ver o Senador e os deputados eleitos virem a público falar durante todo o mandato o que estão efetivamente fazendo por Porto Velho. A administração municipal precisa explicar o que está acontecendo. Seria interessante mostrar o projeto gráfico da época de campanha e dizer o que está sendo feito, ou mesmo a explicação do porque não está sendo feito. A distância entre prefeitura e sociedade continua sendo inexplicável e gera uma sensação de ausência de liderança profundamente perturbadora. Por fim, a nós cidadãos e cidadãs, cabe a responsabilidade de sujar menos, limpar mais, dirigir com mais respeito e menos disputa e agir de maneira que não deixemos apenas ao poder público todos os deveres. Exemplos disso são: a Associação Cultural Rio Madeira que lutou pela reforma do prédio histórico da Câmara de Vereadores, o grupo que luta na justiça pela preservação da fachada de 1950 do Cine Resky e o projeto do polivalente Rudnei Prado que propõe manter a imagem de cartão postal do outro lado do Rio Madeira, dando condições para preservar o ambiente, respeitar as leis, facilitar a sobrevivência digna dos moradores, gerar mais um ponto turístico importante e legalizar a inevitável urbanização da margem esquerda de nosso rio. Enfim, que o governo do Estado seja bem sucedido e prepare sua eleição futura para o que quiser; que o vice-governador prepare e crie suas condições para se eleger governador; que o prefeito crie condições para sua sobrevivência política e reeleição, que os legisladores federais, estaduais e municipais sejam promovidos, que novas lideranças políticas surjam, desde que Porto Velho seja tratada com respeito e carinho, para que não a transformemos num potencial que se tornou uma decepção às gerações que aqui estão nascendo. Construamos, pois, os próximos 100 anos. Parabéns!

25 dezembro 2014

O JESUS DO NATAL

Estava lendo a conversa do anjo com José, em Lucas 1, anunciando-lhe a respeito de quem seria Jesus, o garoto que nasceria alguns meses depois, e que transformaria o jeito de viver do mundo inteiro. Ao ler essa conversa, tão simples e tão profunda, coloquei-me a pensar sobre que tipo de relacionamento tenho com Ele. Sim, em alguns momentos me questiono profundamente sobre isso, pois temo ter um tipo de contato formal, institucional, religioso, que, sem dúvida, me mantém sabendo e aprendendo cada vez mais sobre Ele, mas não necessariamente me mantem em comunhão com Ele. O anjo disse, primeiro, que o menino seria sobrenatural, pois era gerado pelo Espírito Santo. Era humano o suficiente por ser gerado numa mulher, mas divino o suficiente por ser gerado pelo Espírito de Deus. Que simples e que profunda essa declaração! O meu Senhor não é um líder religioso como tantos outros que existem. Ele não é comum. É extra-ordinário. Segui-lo, portanto, deixa de ser um projeto humano, algo que caiba numa instituição, numa previsibilidade pequena do cartesianismo que dirige o homem moderno. Isso me conduz a viagens extraordinárias, tirando de mim qualquer temor que em alguns instantes acometem a alma humana e que também não encontra respostas no racionalismo que nos caracteriza. Mas o anjo também disse que Ele deveria ser chamado de Ieshua, uma derivação da palavra ioshua, que significava salvação. Aportuguesando o termo, aprendemos chamá-lo de Jesus. José precisava ter consciência desde aquele momento que Ele era um projeto de Deus para salvar o seu povo de seus pecados. Não era salvar de qualquer outra realidade, mas daquilo que separa o homem do Criador, que é o pecado. Mais uma vez minha alma celebra o sentido da existência. Eu sei o que é ser pecador. Eu sei que desagrado o Deus Criador desde que me lembro ser gente. Eu vivo no meio de um povo de impuros lábios. Portanto, eu sei que preciso de perdão, mas não um perdão que nega a justiça de Deus. Por isso, sei que Jesus veio para me salvar e salvar todo o Seu povo dos pecados deles e a cruz era o caminho natural de sua vida na terra. Sei que nunca teria virtude suficiente para encobrir, compensar ou pagar o meu estado de pecador, daí, me encanta chegar nessa época do natal e lembrar a mim mesmo que Jesus nasceu para pagar naquela cruz as minhas culpas. Por último, o anjo disse que tudo aquilo foi para se cumprir o que havia sido dito pelo profeta Isaias há séculos. Caramba, o menino de Nazaré, filho da Virgem, que viveu naquele pequeno pedaço de terra do Império Romano não foi um acidente na história: Ele era previsto. Ele é o cumprimento de uma profecia que surge desde o Éden e passa por tantos outros profetas. Esse é o meu Senhor. O menino do Natal. Cada dia me alegra crer, contra todas as lógicas, que Ele é realmente o meu amigo, que me perdoa, que me impulsiona, que me ama e que me espera. “Senhor, não me deixe ser fruto de uma instituição. Quero ser fruto de quem você é e me relacionar contigo assim, o milagre que se encarnou para me salvar, conforme dizia as antigas escrituras dos judeus.”

23 dezembro 2014

UMA CIDADE PARA O FUTURO

Durante um bom tempo fui levado a crer que poderia fazer mais alguma coisa por Rondônia, e especialmente por Porto Velho, através da política, com um mandato, pois sei o poder que ela tem de mover os meios e a sociedade na busca desses objetivos. Mas dois fatos me chamam atenção no dia de hoje. O primeiro é que ganhar eleição envolve muito mais do que nós, meros cidadãos, imaginamos. O segundo, é que é possível se organizar e fazer mesmo sem mandato e a prova disso foi a reforma do prédio da antiga Câmara de Vereadores de Porto Velho. Alguns sonhos poderão ser concretizados se juntarmos pessoas capazes de sonharem juntos, e independente de eleições. Eis alguns exemplos: 1) Contar a história da EFMM para os turistas e novas gerações: a partir de uma experiência que já se tem em São Miguel das Missões, poderia ser montado um espetáculo com som e luz, o que gera um pequeno gasto inicial mas que é permanente e que tem retorno garantido. O espetáculo é gravado por vozes de personagens que contam os principais episódios da história de nossa Estrada de Ferro, emitidos em caixas de sons de lugares diferentes naquela área, que receberia jatos de luz com cores diferentes em cada espaço daqueles, o que leva naturalmente o expectador a olhar e vivenciar a imagem que sua mente cria a partir daquele estímulo. Isso naturalmente levaria alunos assistirem, moradores antigos, moradores novos e principalmente turistas, além de ser possível criar alguns outros valores agregados, como venda de artesanatos da região, cobrando um valor muito simbólico que ajudaria manter a área pela associação que cuidaria do projeto. 2) Criar eventos culturais de grande expressão: é possível criar um festival de música instrumental e clássica, especialmente contando com o teatro e com auditórios grandes que Porto Velho começa ter, como da faculdade UNOPAR. Isso certamente diferenciaria Porto Velho das demais capitais da região, daria oportunidades para nossos músicos e poderia ser trazido gente boa de outros lugares todos os anos para aqui tocarem. Além disso, temos uma grande massa de nordestinos e descendentes em Porto Velho, que poderia ser criado um Festival de Nordestinidades, que transformaria a cidade num lugar de cultura popular daquela região tão criativa e tão bem representada aqui e que certamente geraria, além de emprego e renda, uma reanimação da produção cultural que pouco tem sido estimulada. 3) Museu: nenhum povo se desenvolve plenamente sem reconhecer sua história e aqueles e aquelas que a construíram. Faz-se urgente que Porto Velho tenha um museu não apenas da EFMM. Quantas fotos, quantas peças, quantas narrativas! Temos muitos pioneiros de uma capital tão nova que poderiam gravar depoimentos e isso ser guardado para que futuras gerações assistam e se percebam na história. Parabéns aos Membros da Associação Cultural Rio Madeira e ao Vereador Alan Queiróz por terem viabilizado a restauração do antigo prédio de nossa Câmara de Vereadores. Tomara que o exemplo nos estimule a ajudarmos nos construir. Quem está disposto ou disposta a ajudar?

23 agosto 2011

Agonias Nossas de Cada Dia









A Esperanca Pela Sobrevivencia...
Paz Para as Nações on 8/23/11


Estamos no Quénia desde de Quinta-feira passada,o nosso destino final tem sido o Campo de Refugiados em Dadaab no Quénia, que faz fronteira com a Somália. Em nosso primeiro dia não podíamos entrar no campo porque alguem foi assassinado.
A população de refugiados é de 90% de muçulmanos e os cristãos são muito discriminados.
Desde o início de 2011, cerca de 15.000 somalis por mes fugem para os campos de refugiados no Quênia e na Etiópia, em busca de comida e água. A ONU diz que e a pior seca dos ultimos 60 anos, alem dos conflitos a fome e a sede tambem força os somalis a fugir para Dadaab no Quenia e para a Etiópia, em busca de comida e água.
O campo de refugiados em Dadaab, no Quênia, o maior do mundo com uma populacao com cerca de 370.000 pessoas, cerca 1.800 refugiados chegam todos os dias; Dadaab está se tornando superlotadas e insalubres.
Muitos dos recém-chegados andaram semanas para chegar ate Dadaab, sao pessoas desesperadas para escapar não só da seca e da fome na Somália, mas também de uma guerra civil interminável, e quando chegam, pricipalmente as crianças estão desnutridas e com pletamente desidratadas, somente pele e osso. A trágica ironia é que muitas destas criancas morrem dentro de um ou dois dias apos a sua chegada. Cerca de 5 Criancas morrem a cada dia no hospital em Dadaab, e as que sobrevivem continuam enfrentando a mesma situação, pois quando deixam o hospital, a fome continua a persegui-las, porque a escassez de alimentos no acampamento é um grande problema; alguns refugiados compartilharam conosco que a comida que eles recebem sao de cerca de 3 kg de maize (fuba de milho branco), 3 kg de feijão e um copo de óleo para cada pessoa a 15 dias.


NO HOSPITAL DE DADAAB


Crianças emagrecidas com a pele engilhada, com os ossos quase a sair para fora da pele, sem roupas, olhos redondos e arregalados olhando tristemente. Essas sao imagens bem familiares da fome do continente Africano; uma visão do inferno, é o que se pode sentir ao contemplar o cenário dentro das alas do hospital em Dadaab, algumas improvisadas por tendas; onde ha centenas de criancas com seus corpos esqueléticos, como se tivessem deixadas ali para morrer. Estas imagens registradas na mente podem nos perseguir para sempre, nunca podemos esquecer. O sofrimento está além da compreensão humana.
Seria muito conveniente para mim apenas dizer que este é um problema muito grande e voltar para casa, para minha zona de conforto, e não fazer nada para ajudar crianças como Bopow Aden Ftissan, ele tem 4 anos de idade e pesa apenas 6,7 kg. A mãe de Bopow andou semanas da Somália carregando Bopow Aden nos braços debaixo de um sol escaldante com quase nada para comer e pouca água para beber ate chegar ao campo de refugiados no Quênia; a esperanca pela sobrevivencia fez com que ela vencesse a fome, a sede, o cansaco, transpondo todos os obstaculos em sua mente um so pensamento, todo o sofrimento ficaria para traz...FICARA?
‘A única coisa necessária que faz o mal triunfar, é quando as pessoas que podem fazer alguma coisa boa, NAO fazem.’
Se você e suficientemente generoso e compartilha conosco o mesmo amor pelo os pobres, e adimira o trabalho que estamos fazendo no campo de refugiados em Dadaab, no Quênia, sua doação será uma ferramenta poderosa para dar as crianças que estao a um passo da morte a chance de sobreviver.Esta semana queremos comprar dez toneladas de comida,especialmente para as criancas desnutridas...
Por favor, acesse a nossa pagina abaixo e faca sua doaco de amor para as criancas do campo de refugiados em Dadaab. www.pazparaasnacoes.com.br
www.healingeverynation.org
Aquele que se compadece do pobre dá ao Senhor, eo Senhor lhe dará a sua recompensa. Provérbios 19:17
Muito Obrigado pela sua generosidade,
Re-encaminhe este email para a sua lista de contatos !
Eddie Brito(Pastor) e Vilma Brito ( Missionaria)
http://www.pazparaasnacoes.com.br

22 julho 2011

A difícil arte de ser partido no mercado consumista da política brasileira

O pior dos mundos é aquele em que a realidade sufoca os sonhos e torna os indivíduos em entorpecidos e desesperançados. É como se um tsunami de depressão endógena varresse a sociedade e nos fizesse crer que a vida perdeu a cor.

Vivemos politicamente presos à realidade das eleições. Quando acaba uma, os projetos da outra já estão atrasados em relação à necessidade que uma campanha expõe. Com isso, candidatos, partidos, mídia e até a população se alimentam de uma agitação constante, de um jogo de interesses acachapante e de uma subserviência doentia pelo processo que impede de fazermos uma análise mais clara e mais responsável do que seria o melhor para vivência política da sociedade.

Há uma gama de líderes acastelados em seus partidos procurando mais espaços para si mesmos ou para seus aliados, outros desesperados pela exigüidade do tempo em procurar um partido que lhe dê o espaço que acredita merecer, além de outros novos tentando também alguma forma de aparecer sem serem apenas instrumentos para eleição de outros mais conhecidos ou mais poderosos financeiramente.

Com isso, não se discute mais ideologia partidária e valores que caracterizem as propostas (quando têm) de cada um dos partidos. Sem isso, não há política social, há apenas uma cama enorme, preparada para pessoas dispostas a tratarem de seus próprios interesses e projetos, tornando as alianças partidárias só um meio de chegar ao poder e cada um garantir seu quinhão de influência, chantagem e muitas vezes de corrupção.

O que fazer? Primeiro é tomar consciência do processo e tomar uma decisão clara do que se quer. Quem não deseja reproduzir isso que está aí, que se não se conforme e procure partidos com o máximo de coerência e responsabilidade ideológica.

Em segundo lugar, que faça filiação comprometida, com atuação partidária ideológica e, se preciso, com candidatura pautada em propostas claras, objetivas, coerentes e sem os comprometimentos com os sistemas econômicos e políticos que impedem o compromisso com a maioria da sociedade, especialmente com a transformação social que oportuniza os menos favorecidos. É preciso que isso seja feito de maneira livre, sem se submeter às exigências desse mercado eleitoreiro inconseqüente e irresponsável que tem transformado o Brasil num gueto de política clientelista e fisiologista.

Isso é possível? Sim. Aos que crêem que a depressão ideológica pode ser vencida e que fazem de suas idéias uma forma de propor vida de qualidade e justiça e não apenas mais um produto para esse mercado raso da política atual.

Aos vivos os sonhos. Aos mortos a sepultura.